“Estamos com dificuldades em utilizar os recursos nesse momento de emergência e de construir novas ações de trabalho”

Paulo Augusto da Fonseca atua na Política de Assistência Social, em Apucarana. Trabalhando presencialmente no Centro POP, ele conta que uma das grandes dificuldades de atuação tem sido não existir uma clareza sobre os procedimentos em estado de pandemia. Mas para o assistente social, a angústia gerada pela pandemia e pela atual conjuntura política também se estende ao pós-pandemia, pois não enxerga que as condições econômicas e sociais serão melhores.

Como tem sido sua rotina com a Pandemia?

Tenho procurado cuidar muito mais da higiene, principalmente das mãos, faço uso contínuo de máscara, deixo o ambiente de trabalho mais arejado e seguro. Ao chegar em casa, existe um grande cuidado com a entrada, sempre deixo as roupas na lavanderia, pois a preocupação maior é levar o vírus para casa.

Em quais condições está realizando suas atividades presencialmente?

Atualmente, faço os atendimentos presenciais individuais na sala de sempre com poucas pessoas, álcool gel disponível, máscara, janelas abertas.  Os grupos foram suspensos e diminuímos a quantidade de visitas domiciliares e as reuniões da rede com muitas pessoas.

A maior dificuldade tem sido não ter clareza dos procedimentos em estado de pandemia, não tem uma preocupação com Plano de Contingência, de segui-lo, ajustá-lo e monitorar as ações de risco.

Quais dificuldades tem encontrado para atender os usuários dessa política?

A política de Assistência Social do município não trabalha em uma perspectiva de planejamento das ações, nos últimos anos houve cortes no orçamento e, pela falta de planejamento, houve uso desproporcional de recursos, dando margens para desperdício e uso ineficiente. Com a pandemia, houve abertura de algumas linhas de financiamento, mas pelo histórico da não organização, estamos com dificuldades em utilizar os recursos nesse momento de emergência e de construir novas ações de trabalho. Enquanto assistente social, essa linha do atual Governo Federal, com falta de atenção para as pessoas com diversas vulnerabilidades, tem causando angustia, pois consigo visualizar que o futuro será muito precário para as já desgastadas políticas sociais.