Repúdio ao discurso sexista de jornalista

O Serviço Social tem um histórico de luta pela garantia dos direitos das mulheres, contra o machismo, o patriarcalismo, as desigualdades e todo o tipo de preconceito. Neste tema, o CRESS-PR vem promovendo e participando de ações que visam o fim da violência de gênero.

Por esta razão reproduzimos abaixo a moção de repúdio da UBM (União Brasileira de Mulheres) ao colunista Luiz Felipe Pondé, do jornal Folha de São Paulo, que em seus artigos demonstra preconceito e machismo contra as mulheres e desconsidera sua luta histórica por direitos.

Moção de Repúdio ao colunista Luiz Felipe Pondé

Nesta segunda-feira (05/ 10) o colunista do jornal Folha de São Paulo, Luiz Felipe Pondé, esteve em Curitiba, para lançar um livro, no Clube Concordia. O movimento feminista e de mulheres repudia a vinda deste jornalista em nossa cidade, tendo em vista que por diversas vezes tem demonstrado seu preconceito e machismo contra as mulheres. As relíquias de Pondé vão desde a indicação de manual para que jovem liberal se “de bem com a mulherada”, utilizando um título: “Por uma direita festiva” partindo do pressuposto de que os estudantes esquerdistas são sempre bem sucedidos quando se metem em dialéticas com o sexo oposto.

Outra manifestação de profundo mau gosto se deu em um texto intitulado “bonecas de quatro”, em que o autor destila inúmeros aviltamentos para falar a respeito das posturas feministas com relação às questões de gênero na educação. O autor chama as propostas de educação não-sexista, em que nenhuma criança seja proibida de brincar com brinquedos por eles não serem identificados socialmente com seu gênero, de verdadeiro “abuso sexual”, e desqualifica as teorias de identidade de gênero, chamando-as de “fascistas de gênero” e de “maníacos em zoar a vida dos filhos dos outros”. O autor parece não compreender o verdadeiro papel de uma educação não-sexista, em desconstruir paradigmas que oprimem tanto aos homens quanto às mulheres, contribuindo desde a infância para concepções mais igualitárias de mundo

Em um momento de polarização crescente da sociedade brasileira traz à tona as mentalidades e práticas de exclusão e segregação social que vigoraram por séculos, mas que, a partir da Constituição de 1988, a sociedade brasileira decidiu superar. Desde então, vimos construindo os direitos da cidadania, combatendo os preconceitos históricos e as práticas discriminatórias.
Apesar de muitos avanços, as mulheres no Brasil ainda sofrem todo tipo de violência. Continuam sofrendo discriminações, assédios, violências verbais, físicas e assassinatos porque o machismo dominante teima em tratá-las como inferiores e, quando reivindicam seus direitos, são repelidas e reprimidas. Destacamos a violência simbólica cometida por intelectuais como Pondé, que tem todo apoio da grande mídia para veicular seu preconceito e seu machismo.

Nos preocupa particularmente o que este jornalista falará sobre democracia, que democracia ele defende?

O movimento feminista e de mulheres de Curitiba, vem a público para destacar que a democracia foi construída com muita luta e com muito sangue de muitas mulheres e homens e repudiam qualquer tentativa de desrespeito às mulheres e as instituições democráticas.

Curitiba, 05 de outubro de 2015

 

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