Assine o Manifesto contra o afastamento de docentes pela PUC-PR

No dia 12 de maio nove professores da PUC-PR que ocupam cargo na diretoria do Sindicato dos Professores de Ensino Superior de Curitiba e Região Metropolitana (SINPES) foram afastados de suas funções, por tempo indeterminado, enquanto sofrem ação judicial de crimes contra a honra. Dentre eles está a assistente social Ilda Lopes Witiuk, conselheira do CRESS-PR.

Em apoio às/aos docentes afastadas/os, estudantes e profissionais do Serviço Social lançaram um abaixo assinado no qual exigem que as/os professores sejam chamados imediatamente a assumir novamente o trabalho e que a ação judicial promovida pela PUC-PR seja retirada.

Você pode assinar o manifesto preenchendo o formulário que está ao final do texto abaixo. As adesões poderão ser realizadas até as 14 horas da próxima segunda-feira, dia 6 de junho.

ABAIXO ASSINADO CONTRA ARBITRARIEDADES
DA ATUAL GESTÃO DA PUC-PR CONTRA DOCENTES QUE COMPÕEM DIREÇÃO SINDICAL

No dia 12 de maio de 2016 nove professores da PUC que ocupam cargo na diretoria do SINPES (Sindicato dos Professores de Ensino Superior de Curitiba e Região Metropolitana) foram afastados de suas funções, por tempo indeterminado, enquanto sofrem ação judicial de crimes contra a honra. Dentre os professores afastados, está Ilda Lopes Witiuk, professora de Serviço Social da PUC-PR, há 25 anos na instituição.

Em síntese a ação judicial proposta pela PUC/PR requer que sejam esclarecidas as fontes de informação e bases probatórias de notícias veiculadas no jornal DIDATA nº 38, daquele Sindicato que apresentam de forma crítica as relações antidemocráticas e de amedrontamento do corpo docente, especialmente no que se refere ao trato com as questões trabalhistas e a gestão da educação sob uma perspectiva mercadológica.

No processo judicial, ainda é possível verificar que a PUC/PR alega não ter sido chamada a realizar qualquer manifestação ou resposta no veículo de imprensa DIDATA, fato contestado pelo SINPES. Ao invés de aceitar o direito a resposta reiterado pela entidade sindical, o que se vê é que a PUC PR preferiu judicializar os conflitos políticos que vive com a comunidade acadêmica e perseguir individualmente seu corpo docente.

É importante considerar que o SINPES é um sindicato composto por uma diretoria de 20 docentes, de diversas instituições de ensino. Que a PUC/PR não amputou a diretoria do jornal como um todo o crime de “calunia, difamação e injuria”, mas somente aqueles que nela trabalham. Que ao afastar os seus nove dirigentes sindicais a universidade está punindo e agindo de forma a coagir qualquer manifestação dos demais professores. O que parece comprovar na verdade, aquilo que está instituição vem contestar: que tem agido de forma antidemocrática e que não respeita a organização sindical.

Dois aspectos são centrais para este debate: a liberdade de expressão e a liberdade e respeito a organização sindical.

A liberdade de expressão é a liberdade de qualquer indivíduo manifestar livremente opiniões, ideias e pensamentos. É um direito humano reconhecido internacionalmente e consagrado no Brasil pela Constituição Federal de 1988, sobretudo sobre política e questões públicas. E é um suporte vital de qualquer democracia. Ao tentar criminalizar o direito à liberdade de expressão e penalizar os professores por fazerem parte da direção sindical que publicou artigos com os quais discorda, a atual gestão da PUC PR está tornando pública sua vocação anti-democrática.

Outra questão que parece notória é a relação que a atual gestão da PUC PR estabelece com o sindicato dos docentes. O sindicato existe exatamente para se consolidar enquanto espaço coletivo, donde não se poderá perseguir isoladamente os trabalhadores por questionar as relações de poder estabelecidas entre empregadores e empregados. Ao buscar o judiciário para resolver conflitos políticos, criminalizando os dirigentes sindicais, não está a instituição de ensino buscando amedrontar o conjunto dos professores?!

Na contemporaneidade, a judicialização promovida pela atual gestão da PUC/PR nada mais é do que a tentativa de garantir a radicalidade do ideário do livre mercado. Fundada na visão neoliberal, buscam frear – a qualquer custo – a participação social e o estabelecimento de limites pela comunidade acadêmica às diretrizes dos que pretendem pura e simplesmente explorar a educação como um nicho de mercado. Mas ainda, como poderá oferecer um ambiente de ensino, produção e difusão do conhecimento em que se estabeleça um ambiente crítico, inovador e referenciado socialmente se promove o cerceamento das liberdades mais fundamentais como a do pensamento e da expressão?!

Tal postura é inadmissível. Nós estudantes e profissionais do Serviço Social não nos furtaremos de defender princípios basilares de uma sociedade justa, livre e democrática. Não nos calaremos enquanto perdurar essa ação nefasta da atual gestão da PUC PR. Exigimos que os professores sejam chamados imediatamente a assumir novamente o trabalho e que a ação judicial promovida pela PUC PR seja por ela mesma retirada.