7° CPAS: encerramento do Congresso é marcado por perspectiva de luta e resistência

Congresso contou com a participação de cerca de 600 pessoas nos três dias

Foram três dias de intensos trabalhos, com mais de 600 pessoas compartilhando e adquirindo conhecimento. Com uma mesa que ficou marcada por discursos fundamentais, o 7° Congresso Paranaense de Assistentes Sociais (7° CPAS) terminou no final da tarde de sábado (28), no auditório da reitoria da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

Em seu discurso de encerramento, a vice-presidenta do Conselho Regional de Serviço Social do Paraná (CRESS-PR), Elza Campos, disse que a realização do Congresso deixa todas e todos com os corações e mentes aquecidas. “Saímos daqui emanadas e emanados com a perspectiva de continuar com a nossa luta e nossa resistência”.  A vice-presidenta destacou a participação da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), com seu Departamento de Serviço Social, além da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS), da ENESSO (Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social), além do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) na construção do Congresso.

“Vamos coletivamente diante dessa conjuntura tão regressiva, é necessária uma perspectiva de unidade. Quero dizer que foram histórias, emoções manifestações, reafirmação do projeto ético político do Serviço Social. Esse congresso reafirma a perspectiva o caminho coletivo da unidade de nossa categoria profissional. Vamos caminhando de mãos juntas, garantir que a gente possa fazer como assistentes sociais o processo de construção cotidiana. Viva o 7° Congresso Paranaense de Assistentes Sociais. Viva a unidade da categoria dos assistentes sociais”, disse.

Itanamara Guedes Cavalcante (FETAM/SE) em sua participação na mesa de encerramento

Luta contra o conservadorismo

A mesa de encerramento contou com a participação da professora Joaquina Barata (UFPA) e de Itanamara Guedes Cavalcante (FETAM/SE). A mesa começou com Itanamara fazendo uma reflexão e uma retrospectiva dos avanços conquistados pelo Serviço Social desde o ano de 1979. Na opinião da palestrante, o rompimento com o conservadorismo que ocorreu com o Serviço Social quando o projeto ético político da profissão foi firmado, não é diferente do cenário que os Assistentes Sociais podem identificar atualmente no Brasil.

“São as lutas do ABC paulista, a reorganização do movimento sindical que ajudou a derrubar a ditadura militar. Naquele momento os Assistentes Sociais fizeram opção de se reorganizar na participação dos movimentos sociais. Precisamos nos entender como sujeitos trabalhadores. O que precisamos ter nesse momento é rebeldia para enfrentar a atual conjuntura”, disse.

No momento atual, em que o país passa por ataques de ideologias fascistas e ultraliberais, na opinião de Itanamara trata-se de um período de muito retrocesso, com o qual é necessário que a/o profissional tenha clareza ao dizer que estamos em uma fase de resistir, em uma fase de sobrevivência. Para a palestrante, resistir é entender esse momento. “Não podemos perder no Serviço Social o que conquistamos no rompimento com o conservadorismo. O nosso inimigo é maior: é o conservadorismo presente na nossa profissão”, afirmou.

Professora Joaquina Barata em seu discurso no encerramento do 7° CPAS

Resistir com união

A professora Joaquina Barata, em sua fala durante a mesa, fez duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro, a quem ela chamou de uma pessoa que, enquanto candidato, tornou-se uma espécie de ditador eleito pelo voto. “Nós estamos em um governo cujas medidas retrocedem a um período Pré-Iluminista em que o conhecimento científico era negado e até perseguido, em que o cuidado com o meio ambiente era inexistente, os direitos sociais eram um sonho e a democracia era uma promessa”, opinou.

Joaquina ainda alertou para a necessidade de união das/dos Assistentes Sociais na luta contra os retrocessos. “Resistir é a ordem do dia, mas não é suficiente proclamarmos que é hora de resistência. A resistência tem suas exigências, que temos que atender. Exige de nós união, organização, politização e luta concreta. Nos impõe ir às ruas sim, pois estamos a beira de um abismo social e econômico que atingirá nossos filhos e netos”.

Plateia acompanha discurso de Joaquina Barata

A professora convocou a todos os presentes que se motivassem a prosseguir com um projeto de sociedade sem qualquer tipo de dominação. “Isso é uma realidade possível. Com votos de que não encerramos aqui nossa vigilância, temos sempre que vislumbrar uma nova aurora, como convém aos que atuam na luta de classe”.

O Congresso terminou com muitos aplausos do público presente, que ainda acompanhou a apresentação da Banda Ela.