20 de fevereiro é o Dia da Resistência Não Violenta. Confira a importância da data

Nesse dia 20 de fevereiro é o Dia da Resistência Não Violenta, data que celebra a resistência pacífica, que utiliza atos pacíficos como forma de protesto, como manifestações, boicotes políticos e econômicos, desobediência civil, entre outros métodos, sem a utilização da força. A intenção nesse caso é a de utilizar acima de tudo o diálogo e medidas de resistência. A ideia não é ser passivo mas agir com firmeza em meio a situações de desigualdade e injustiça. O objetivo é, acima de tudo, transmitir valores de paz, solidariedade e respeito aos direitos humanos.

Ao longo da história, diversos líderes se destacaram na busca por direitos através de uma resistência pacífica, mas alguns deles se destacaram como é o caso de Mahatma Gandhi, líder indiano que trabalhou pela resistência contra o racismo na África do Sul e, posteriormente, foi um dos grandes líderes da independência da Índia utilizando o método Satyagraha, um método ativo de desobediência civil, resistência não violenta e busca por direitos de maneira pacífica. Entre esses métodos estavam passeatas, marchas e até mesmo a fabricação de seus próprios produtos para boicotar as vendas realizadas pelos ingleses na época. Sua atuação inspirou outros grandes líderes, como é o caso de Martin Luther King, no combate ao racismo nos Estados Unidos.

Uma das possíveis origens da data dizem respeito à execução de Hans Scholl, Alexander Schmorell e Willi Graf, que pertenciam ao grupo Rosa Branca, de resistência a Adolf Hitler e ao nazismo. O trio distribuía panfletos e escreviam frases de protesto contra o regime em prédios públicos, além de articular apoios ao grupo. Hoje, os três são homenageados na Alemanha com nomes de ruas, escolas e até mesmo a fundação de nome Rosa Branca de Munique.

A ONU proclamou em 1998 o decênio entre 2001 e 2010 como o Decênio Internacional da promoção de uma cultura da não-violência e da paz em prol das crianças do mundo. A organização também visa promover a cultura da não-violência nas escolas, como forma de valorização de princípios como a tolerância, o diálogo e a cultura de paz.

A própria Constituição Federal no artigo 5º inciso XVI também garante o princípio da resistência não violenta: “Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente”.

O CRESS-PR apoia a livre manifestação e a luta coletiva da classe trabalhadora. Temos como um de nossos principais objetivos a defesa intransigente dos direitos humanos e, com esse papel, defendemos uma dimensão crítica por parte das (dos) assistentes sociais e da sociedade. Cabe uma reflexão sobre aquilo que é tido por muitos como violento, mas representa a única maneira de resistir a todas as desigualdades e injustiças que oprimem milhões de pessoas diariamente: “Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem”. Frase de Bertold Brecht.